Em 2008 e 2009, a cidade onde moro passou por uma transformação na maior empresa da cidade. Com isso, as empreiteiras contratadas para a expansão trouxeram uma grande quantidade de funcionários de outros lugares, outras regiões de Minas, baianos e até nordestinos desses de viajam pelo país atrás de trabalho. Os hotéis mais simples, localizados no centro da cidade, ficaram lotados desses empregados, principalmente nas proximidades da rodoviária.
Colada à rodoviária, há uma praça cercada e em topografia inclinada, que possui 3 níveis ligados por escadas: a entrada, com um grande arco e escadas para acesso ao patamar médio que se estende lateralmente a um anfiteatro em arco com degraus altos formando uma arquibancada oculta e escura à noite devido à vegetação de árvores com copas frondosas. O terceiro patamar da praça, com acesso por uma escada um pouco mais íngreme, era amplo, em formato oval, com uns 30 metros de ponta a ponta, com uma borda formando uma bancada usada como assento continuo pela maior parte do espaço. A iluminação, nessa época, era em postes espalhados de forma esparsa com luminárias esféricas opacas com uma luz amarelada e fraca. Esse patamar superior, além de acessível pela entrada da praça, também tinha uma trilha na vegetação lateral a ela, normalmente mais alta pelo descaso, cuja entrada alternativa era um grande rombo na cerca que margeava o limite da praça, exatamente no meio de uma escada sinuosa que subia da área escura de embarque da rodoviária para uma ruela sem muito movimento e pouca iluminação logo acima. O melhor de tudo e que esse patamar mais alto se limitava com um terreno ainda mais íngreme de mato alto e distante da parte dos fundos das residências voltadas para a rua de cima. Mesmo que alguém ficasse de vigília de alguma janela distante, veria apenas vultos escuros perambulando num ambiente quase sombrio.
Enfim, a praça era muito utilizada para consumo de drogas e álcool, exibicionismo, masturbações, sexo hetero e homo. Digamos até que de forma tradicional. Mas o período em especial, com aquele contingente de homens distantes de suas cidades natais, vivendo em ambientes plenamente masculinos, tornou a praça um movimentado circuito de dogging. Para todos os lados desse alto da praça, do anfiteatro escuro, tinha rolas pra fora, brotheragem, mamadas e fodas que atiçavam o voyerismo de todos. Muitos caras casados, inclusive, apareciam por lá para uma gozada na boca de alguém, foder um cu desconhecido ou mesmo sentir um pau anônimo nas mãos, na boca ou no rabo. Entre 20h e próximo da meia noite, qualquer dia da semana tinha um bom fluxo por lá.
Fazia caminhada todos os dias a partir das 19h30, pelo menos 3 vezes na semana eu mudava minha rota de forma a passar pela praça, chegava lá sempre umas 20h15 e, dependendo do movimento, gastava de meia hora a 45 minutos por lá.
O ritual era simples. Vinha pela ruela de cima da rodoviária, entrava pela fenda na cerca e acessava diretamente o patamar superior. Me posicionava na boda frontal da área ovalada de maneira que quem subisse pelas escadas me veria por ali e quem já estivesse transitando também. Colocava o cacete pra fora do calção e ficava observando o movimento e alisando o pau duro. Sempre aparecia alguém, se aproximava o suficiente para ficar manjando meu pau e alisando o próprio. Se eu curtia, exibia mais o pau, oferecendo para ser manuseado; se não, guardava o pau de novo pro cara entender e se afastar.
Raríssimo o dia em que eu não fosse mamado por uns 2 pelo menos, punhetasse outros tantos e também sentasse para mamar algum. Em dias melhores ainda e mais quentes, tinha alguém sentado me mamando enquanto outro estivesse sobre a bancada com o pau na minha boca. Cercadinhos com uns 3 era comum para que quem estivesse sentado pudesse mamar de forma alterada até receber as gozadas na boca.
O anfiteatro, logo abaixo, era visível da parte esquerda desse patamar superior, mas, como era obscurecido pela vegetação densa, só se viam vultos em movimento por lá. Nem precisava descer as escadas exposto à luz para chegar lá, a trilha entre o mato alto também era um acesso rápido e mais discreto para ir ao anfiteatro. À medida que nos aproximávamos, acostumando inclusive à falta de luz, dava para perceber corpos reclinados com as mãos nas escadas e o movimento de vai e vem de alguém sendo fodido, gemidos, o ploc/ploc de virilha contra bunda. Não era raro entrar na frente do passivo e colocar o pau na boca dele enquanto outra pessoa metia.
Punhetar com gente vendo, ver pessoas se punhetando, a sensação de alguém te masturbando enquanto você também estivesse com outro pau na mão, as boas mamadas – feitas ou recebidas, foder rabinhos com gente olhando e se punhetando ao redor deixava todo mundo quase em transe, era até difícil ir embora, imaginando que a próxima interação pudesse ser ainda mais gostosa. Voltava então para casa, satisfeito e com o pau ainda intumescido no calção. A farra não parava nem na época de inverno, só o vestuário, calções substituídos por calças de moletom.
Adrenalina, a excitação de estar com desconhecidos em situações tão íntima, sons e visão de orgasmos, isso triplicava o tesão e tornava aquilo ali uma prática viciante. Mesmo depois que esse movimento maior criado pelos homens das empreiteiras se dissipou com o fim dos contratos de expansão da empresa, o costume criado já estava enraizado e o fluxo das pessoas da cidade manteve o movimento da praça.
Infelizmente, o prefeito eleito em 2016, logo no primeiro ano de mandato, promoveu mudanças por lá que, no mínimo, dificultaram as atividades noturnas: troca das luminárias, fechamento da portaria principal à noite, reforço nas cercas no entorno, construção de uma garagem em parte desse patamar superior. Depois dessas alterações, nunca mais ouvi falar que continuasse rolando algo por lá. Pena viu, foram muitos orgasmos deliciosos e aventuras inusitadas que ainda deixam tesão e saudade. Só quem já praticou sabe bem como é excitante…